São Thomé das Letras. Para apagar a má impressão.

20/07/2017 17:50

Julho, inverno e frio! Nenhuma lição da minha última experiência catastrófica em São Tomé das Letras. Como uma boa pessoa teimosa resolvi voltar lá na mesma época do ano em que passei talvez o maior perrengue da minha vida em uma trip.

A Márcia tem o recesso escolar nessa época e como sempre viajamos esse ano não foi diferente. Tinhamos apenas um fim de semana para curtir, então não poderia ser um lugar muito longe, pois segunda feira tinha que estar em SP para servir o sistema.

Como sempre também não tivemos problemas em decidir para onde iríamos, e lá estava eu novamente programando uma viagem para São Thomé das Letras. Enfim, tinha certeza que a trip seria muito melhor já pelo fato de estar com minha namorada, então, partiu São Thomé.

A cidade de São Thomé é muito bem localizada, fica exatamente no centro de três principais capitais: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. A cidade chama atenção pela sua paisagem, cachoeiras, coisas estranhas e o belo por do sol, além claro da extração da pedra São Tomé, aquela utilizada em piscinas. Aliás, uma grande parte do cenário, principalmente na rota que liga Três Corações a São Tomé é marcada pela “sangria” da montanha causada pela extração de pedra. Até que se forma um visual legal se não fosse pela degradação ambiental que a tal extração gera.

Sem mais delongas vamos ao relato e dicas:

Saímos de São Paulo dia 14/07/2017 no bus que vai direto para São Thomé. Pois é, aqui na capital paulista temos um bus que sobe a montanha, ele sai todas as sextas-feiras do teminal rodoviário do Tiête, custa 70R$ e leva direto para a rodoviária de São Tomé. Tem também o bus com caminho contrário e que sai da rodoviária de São Tomé no primeiro minuto das segundas-feiras. Vale a pena, pois a outra opção é ir para Três Corações e trocar de bus pegando o da viação Coutinho. Fica mais caro, mais cansativo e mais demorado já que em Três Corações é necessário aguardar o bus para subir a montanha. Essa opção direta é apenas para quem está em SP e é importante comprar as passagens com antecedência já que é um ônibus por semana que faz esse trajeto. Para quem chega de outras cidades a opção mais fácil é ir para Três Corações e pegar outro bus.

Chegamos a São Thomé por volta das 5 Horas da manhã e fomos direto para a pousada. Ficamos na pousada Fortaleza que fica praticamente na rua da rodoviária e optamos por ela justamente por isso. Sabiamos que iríamos pegar temperaturas muito baixas, então, o quanto menos ficássemos na rua seria melhor. São Tomé é pequena, então não é nenhum empecilho ficar próximo a rodoviária, aliás, até recomendo já que em determinadas época do ano quem se hospeda no centro não dorme devido ao barulho. Vale lembrar que o centrinho e a região do Cruzeiro é onde tudo acontece a noite, então, dormir longe dessas atrações é o melhor a se fazer. A pousada nos custou R$45 a diária por pessoa sem café da manhã. A cama é muito confortável com colchão de mola, a ducha é grande e bem quentinha, tem frigobar no quarto, churrasqueira (que só pode ser usada durante semana), pois, aos finais de semana ela é usada para o restaurante da própria pousada. O ponto fraco é que alguns quartos não possuem a vista privilegiada. Como assim? O quarto que ficamos, por exemplo, a janela dava para um corredor interno, ou seja, quem passava via tudo que acontecia no quarto, porém, como não ficamos muito no quarto não foi um empecilho tão grande. No final do relato deixarei o contato da pousada. Voltando ao relato... Chegamos super cedo na cidade e fomos dormir. Havíamos dormido na estrada más sabemos que não é a mesma coisa e como o passeio sairia as 10 Horas resolvemos cochilar. Acordamos as 9 Horas e fomos atrás da tal Transpororoca, a agência de turismo da cidade que leva os viajantes para os principais pontos turísticos. Para nossa alegria a agência fica próxima a pousada em que ficamos, praticamente do lado.

Transpororoca: Agência de turismo de São Thomé que leva os viajantes para os principais pontos turísticos. Todo sábado e domingo tem passeios, sendo que no sábado é uma agenda e no domingo é outra. Queríamos ter ido para o lado de Sobradinho (bairro rural de STL) e que possui uma gruta, porém, no sábado a agenda era outra. Fizemos o seguinte trajeto: Cachoeira Véu da Noiva, Cachoeira Paraíso, Cachoeira do Flávio, pausa para almoço em uma fazenda, Ladeira do amendoim e vale das borboletas. O investimento foi de R$30 reais e 25R$ na fazenda para almoçar. O passeio saiu exatamente as 10Hrs e retornou as 16:30 para dar tempo de apreciarmos o por do sol da pirâmide.

Cachoeira Véu de Noiva: A primeira parada e certamente a mais legal. A cachoeira é grande e com um volume de água forte, mesmo no inverno que normalmente é a estação menos chuvosa. Tem bastante espaço para a galera se agrupar nos arredores da cachoeira, então, mesmo que cheia da para curtir de boa.

Cachoeira Paraíso: Descendo a cachoeira Véu de Noiva você irá chegar à cachoeira paraíso. Perto da cachoeira Véu de Noiva essa é meio sem graça, tanto que nem descemos para a cachoeira, ficamos em cima batendo um papo e fazendo novas amizades.

Cachoeira do Flávio: Essa já é mais legal. O visitante tem a opção de ficar na parte de baixo, ou na parte de cima da queda. Muito gostosa para dar uma relaxada, vale a pena a visitação. Nessa cachu, na entrada fica alguns vendedores que tem cachaça, doce de leite e queijo.

Fazenda Boa Vista: A parada para o almoço é na Fazenda Boa Vista que fica na estrada entre São Thomé e Três Corações. Sobre o lugar: Péssimo/Horrível. Mas Por que? Porque a comida é ruim para os padrões de Minas, fizemos o prato rápido, porém para pegar a carne ficamos 30 minutos na fila, ou seja, comemos de pé na fila para pegar a carne. Mal organizado a funcionabilidade do local, os ônibus das excursões chegam praticamente no mesmo horário, então a coisa lota. O calor é 25R$ come a vontade, o preço não é ruim, porém pela qualidade do atendimento eu não pagaria nem 10. O melhor a se fazer: Levem lanches, comam sem entrar na fazenda e aproveitem para explorar a região.

Ladeira do Amendoim: A famosa ladeira em que ao invés de descer os carros sobem. A explicação é devido ao magnetismo existente no solo, e sim, realmente o carro sobe ao invés de descer. É possível sentir também a força da montanha no corpo: Basta descer a ladeira correndo de costas, depois de um determinado tempo vire e suba correndo de costas também. É possível sentir uma força absurda te  puxando, inclusive um carioca que estava no nosso grupo caiu, sim, caiu. É imprescindível visitar a Ladeira do Amendoim. A Márcia pirou.

Vale das Borboletas: A última parada do dia foi no Vale das Borboletas Como a maioria das cachoeiras de São Tomé, na sua entrada foi criado um complexo comercial. Eu particularmente não gosto, pois, atraí pessoas que não possuem consciência ambiental, dói o coração ver que o meio ambiente está sendo mudado para satisfazer a comodidade de uns, o que eu pude fazer foi não comprar nada lá a não ser dos “hippies”. A cachoeira em sim é bem interessante. A queda fica em um vale e aqui você também tem a opção de ficar em cima ou embaixo. A cachu recebe esse nome devido a ter uma grande concentração de borboletas no local, entretanto.... Não vimos nenhuma... Se pudesse rebatizar a chamaria de cachoeira dos Totens de Pedras, pois, na parte de cima existe uma infinidade de construções de pequenos totens de pedras, parece até uma cidade pequena e tanto. Ali certamente é morada de alguns duendes e gnomos.

O passeio termina no local de saída, em frente a igreja de pedra. De lá a galera sobe para ver o por do sol onde mais lhe agrada. Nosso destino era a Piramide, porém foi impossível de tão cheia, então nos contentamos com o Cruzeiro. De onde estávamos para chegar lá atravessamos a cidade inteira, até ai tudo bem, se não fosse a ledeira para subir o morro, nada que uma boa dose de bom humor não superasse.

Cruzeiro: É uma cruz enorme localizado na parte mais alta de STL ao lado da pirâmide. Tem a vista tanto para a cidade como para a parte rural e seu visual é fantástico. Lá também rola luaus e confraternizações. A noite no inicio da subida do Cruzeiro é onde a malucada se reúne, mais especificamente no bar do 2, famoso por ser onde o ventania faz suas aparições artísticas.

Pirâmide: Construção em forma de Pirâmide que fica ao lado do Cruzeiro e que praticamente possuí a mesma vista, porém, é lotada, ou seja, para ver o por do sol lá é necessário chegar bem cedo.

Gastronomia: A cidade tem muitas opções, desde lanchonete “Bigodes Lanches” até o famoso restaurante de pedra. São Thomé também possui 2 supermercados, isso mesmo, supermercados, um que fica ao lado da igreja matriz, e outro que fica na rua debaixo. Os doces são um caso a parte lembre que estamos falando de Minas Gerais né. A cachaça também, porém como não bebemos não sei nem os valores.

Artesanatos: Outro caso a parte. São muitas opções. A cidade é tomada por hippies e lojinhas. A arte vai até você, onde quer que você esteja, vide o exemplo de que a Márcia comprou uma pulseira de couro por R$15 na cachoeira Véu de Noiva. Eu comprei um chapéu de bruxo, e a dica é não compre no primeiro lugar e nem na região central da cidade. O melhor lugar para comprar esse chapéu é no caminho para o Cruzeiro. Nessa região você encontrará modelos diferentes e mais barato R$15. Na região do centro são os mesmos modelos e R$20. Uma dica legal para as lembrancinhas são as casinhas construídas de pedra São Thomé. Elas custam R$3 do lado da igreja matriz e são mais que lindas.

Gruta São Thomé: Fica no centro, ao lado da igreja, e segundo a lenda foi lá que foi achado a imagem de Tomé que deu origem ao nome da cidade. A gruta é bem pequena e em cinco minutinhos você conhece a atração. Atrás da gruta tem uma escada que leva a sua parte alta onde é possível ter uma vista legal da cidade.

À noite em São Thomé: Agitação no centrinho onde ficam os principais bares e restaurantes. Para quem é mais alternativo a indicação é subir para a região do Cruzeiro onde rola o reggae.

Bem, como no sábado fizemos o passeio com a Transpororoca resolvemos ficar o domingo na cidade sem fazer nada. Acordamos 9 horas, fomos procurar um lugar que vendia chá já que a Márcia não toma café e não é muito fã de chocolate quente. Tomamos café e saímos para explorar. Ao invés de irmos para o cruzeiro pelo caminho tradicional nós voltamos até Próximo a rodoviária e subimos pelo aeroporto de ovnis. Isso mesmo, lá tem um aeroporto de óvnis. Como achar? Subindo a rua da rodoviária, sentido a saída para as cachoeiras, em frente ao estádio municipal você verá a estátua de um E.T sobre um disco voador. Ali é a entrada, basta subir e o caminho te levará ao Cruzeiro. O vantajoso dessa alternativa é que o caminho é deserto, etão é possível curtir o visu sem muita gente do lado e claro, estando com o amor vale uma namoradinha. Chegamos no Cruzeiro por volta das 10:30 e lá ficamos até as 14 Horas. Durante esse tempo deixei a Márcia lá em cima e fui no mercado comprar os quitutes para fazermos um belo pic-nic.

De lá descemos para a Piramide, ficamos lá um pouco e fomos para a pousada tirar um coxilo, mesmo porque estava frio demais. As 19 Horas fomos assistir a missa, nós gostamos de conhecer as igrejas das cidades por onde passamos, então, foi uma experiência válida tirando o fato do padre falar mais que a boca e tornar a coisa meio chata. Nesse dia m grupo de romeiros que estavam saindo de lá para ir até Aparecida do Norte, então de certa forma fomos agraciados com essa lição de fé daquele pequeno grupo.

Depois da missa saímos para dar uma voltinha, comprar algumas coisinhas pra turma de SP e fomos para a pousada esperar dar a nossa hora de dar tchau.

Telefones: Pousada Fortaleza – 35 9969-5402

                  Transpororoca – 35 9906 - 3880

Dicas importantes:

1)    Caso vá de carro e para as cachoeiras de uma passada antes na Transpororoca e pergunta qual será a agenda deles do dia, sendo assim você pode fazer um passeio diferente dos deles evitando assim pegar as atrações cheias.

2)    É necessário muita coragem para ir andando até as cachoeiras. A mais próxima fica a 3km de distância que é o Vale das Borboletas.

3)    Só tem uma agência do Itaú na cidade, leve seu dinheiro. A maioria dos lugares aceita cartão.

4)    Vá de mente aberta. STL é o típico lugar em que maconha é igual cigarro, fuma-se em qualquer lugar, então se você é conservador fica a dica: Não vá para São Tomé.

5)    Compre dos hippies. Eles também precisam comer.

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