Litoral Norte - Boracéia; Juréia Norte; Engenho; Barra do Una e Juquehy

28/10/2015 16:48

   Conhecida também por costa bela, essa região específica do litoral norte de São Paulo abriga algumas das praias mais bonitas do Brasil. Para todos os gostos e gastos, de uma praia para a outra há enormes variações geográficas e demográficas. Opções de mar calmo ou agitado, praia vazia ou badalada, areias grossas ou finas, enfim, ter a oportunidade de percorrer a Rio Santos em seu início é um privilégio que todo amante de viagem deve experimentar. Nessa oportunidade Márcia e eu estivemos entre Boracéia e Juquehy.

   Partimos do Tiete onde sai um ônibus da empresa Litoranêa para Boracéia, é o bus que vai para São Sebastião passando por Bertioga. Outra opção também é ir para Bertioga e pegar um intermunicipal Boissucanga. O valor seguindo essa opção a partir de Bertioga é de acordo com o trecho percorrido, até Boracéia o valor é de 7,10R$. Ficamos hospedados em Boracéia, dessa vez em pousada. O chalé Bela Praia estava com um valor acessível, pagamos 270R$ o casal para ficar de sexta a noite até segunda de manhã. O chalé tem geladeira, fogão, talheres, prato, banheiro privativo e churrasqueira individual. Por esse preço decidimos deixar a barraca descansando, ela já havia apresentado alguns problemas nas varetas e por ser importada não conseguimos as medidas corretas, prevejo que terei que comprar outra barraca, mas enfim, paginas para os próximos capítulos. 

   Chegando a Boracéia na sexta, fomos direto para o chalé que fica logo na entrada passando o condomínio “Morada da Praia ponto de referência”, perto de padaria, mercado e restaurante. Foi um ótimo negócio realmente. A caseira é gente finíssima, não fica em cima querendo saber o que você está fazendo e nem importunando. Ao chegar o hóspede já recebe a chave do portão e tem acesso 24 horas.

 

   No sábado “primeiro dia” cedo já estávamos em plena atividade e fomos para as verdadeiras praias. Boracéia em si não tem nenhum atrativo “somente a tribo indígena”, praia comprida e feia. Pegamos o intermunicipal, aquele que vem de Bertioga e subimos para Juréia Norte. Valor de 2,50R$, cerca de 10min dentro do bus. Descemos na Rio-Santos e andamos uns 5min até chegar nas areias da Juréia. Essa sim é uma praia bonita, pequena, de tombo rodeada por casarões. Era cedo e a praia ainda estava vazia, praticamente só havia nós na praia e um vendedor de bebidas. A praia é perigosa para banho, o mar é alto e com muita correnteza, más, com o visual nem precisa entrar na água, ficar sentado nas areias curtindo o visual já vale à pena. Fizemos um tempo por lá e seguimos a pé para a próxima praia, Engenho. 

 

   Engenho: Existem duas opções, com a maré baixa é possível atravessar pelas pedras do canto esquerdo da Juréia. Como a maré estava alta, voltamos um pouco e pegamos uma estradinha de terra. 20min de caminha em um sol escaldante e pronto chegamos a um conjunto de mansões. A entrada para a praia do Engenho é bem escondida, fora da estradinha de terra, um beco entre dois condomínios de luxo, a impressão que passa é que tentam manter aquela praia apenas para os residentes ricos, más a praia é publica e pobre também tem o direito, então avante, chegamos chegando. Essa praia sim é propicia a banho, de mar calmo. No canto direito um pequeno altar em homenagem a  divindades africanas. Muito bonita a praia, entretanto o publico é complicado. Madames de nariz empinado olhando torto para quem não é de morador (essa foi a impressão), mas sinceramente nem me importo só faltava querer monopolizar a praia agora. No Engenho não tem absolutamente nada de comércio, bar, restaurante, nada, apenas o sorveteiro, então é bom levar água e se for ficar um pouco mais levar alguns lanches também na térmica. Mais um tempo bem aproveitado e partimos na caminhada para a Barra do Una.

 

   Barra do Una: Aproximadamente 25 minutos de caminhada partindo do Engenho, chega-se a Barra do Una, a praia mais bonita dessa trip. No canto esquerdo o mar se junta com as águas do rio Una, formando um canal que dá acesso ao local onde os ricos guardam seus iates, então ali é formada uma rota de iates bacanas. O mar dessa praia é alto e de tombo, então, dei preferência para nadar no rio de águas geladas e turvas. Estávamos aproveitando essa vida “ruim” quando de repente surge uma horda de maribondos que botou todos para correr, como não tínhamos almoçado ainda aproveitamos a deixa e fomos para o centrinho procurar algum lugar para comer camarão. As opções de alimentação são bem diversificadas, um PF custa em média 20R$, pagamos 30 em meia porção de camarão. A vila do Una é bem sossegada, com ruazinhas estreitas, muitas mansões, diversos comércios. É o típico lugar que vale a pena reservar um dia somente para esse local. Quem chega não quer ir embora, e quando se vai embora logo quer voltar, e isso aconteceu conosco. Já no final do dia voltamos para a Rio-Santos e pegamos o mesmo circular voltando para Bertioga. Aqui vai uma dica muito valiosa, para encontrar a saída de vila sentido a rodovia é uma tormenta, vá margeando o rio sempre com ele a sua direita. Não atravesse a ponte no centro da vila, prossiga pela rua das Marinas até o final. Quase chegando à rodovia ai sim você deve atravessar o rio por uma ponte e em minutos já estará na rodovia.  

 

Juquehy – No dia seguinte, mesmo esquema, acordamos cedo e pegamos o bus para Juquehy. Essa vila já tem mais recursos. Banco, shopping, muitos comércios, mercado, más falta opções para viajantes com as economias contadas. Tudo muito caro. O restaurante que encontramos com preço razoável foi o Juquehy Nonacar na Rua Benedito Izidoro de Morais “em frente a EMEI Branca de Neve”. Comemos bem e ainda recebemos dicas preciosas do garçom que nos indicou o mirante para vermos a Barra do Una de cima. Claro que fomos lá e realmente é impagável aquela vista. No final da praia, no canto direito, sobe o morro sentido Barra, siga as torres como ponto de referencia, certamente o esforço na subida é recompensado com a vista mais bonita da trip. A Praia de Juquehy não é a das minhas preferidas, não que seja feia, porém, gosto de praias pequenas cercadas pela mata atlântica. Essa é longa, de areias finas e com mansões quase na areia. É claro que vale a pena conhecer, más não que seja necessário passar um dia por lá.

Dicas: 1) Vá ao mirante existente entre a Juquehy e Barra do Una. É um caminho possível para ir de uma praia a outra sem que seja pela rodovia. Carros podem fazer essa travessia também, más em caso de chuva não é recomendado. A subida do lado da Barra é terra (uqe pode virar lama), pelo lado de Juquehy é asfaltada, creio que de carro seja melhor subir por Juquehy. Na caminhada essa travessia dura aproximadamente 30 minutos.

Transporte: Fácil acesso de ônibus para todas essas praias. Os ônibus têm horário para passar, então pode ser que você chegue no ponto e ele logo passe, como pode ser que você fique assim como nós em uma ocasião 2 horas sentados no ponto.

Gastronomia: Típica caiçara. Em Juquehy é tudo muito caro. Na Barra do Uma os valores são mais acessíveis nos restaurantes do interior da vila. É claro que os que se localizam a beira do rio com deck são uma fortuna. Na Boracéia você encontrará marmita que alimenta duas pessoas por 15 reais no restaurante e pizzaria Dona Deja e as comidas são saborosas. Também há uma rede de supermercados Krill.

Hospedagem: Em Boracéia existe apenas um camping localizado na Boracéia II, isso representa que fica afastada dos principais, porém próximo a tribo indígena. Optamos e recomendamos o chalé Bela Praia . Possui toda infra-estrutura com geladeira, fogão, utensílios, churrasqueira individual por chalé, quintal grande e banheiro individual. Os quartos podem abrigar até 8 pessoas (podendo ser negociável). Na época pagamos muito barato, porém viajamos em Julho, na alta temporada pode ser mais caro.

Boa Trip!

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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